Só Faltava: Um Abraço.

15º Episódio

Palavra do Autor: - O Amor

O amor existe desde sempre! Porque o amor é Deus. Os humanos dividiram o amor em: Carnal; Entre dois seres que se apaixonam, Espiritual; a amizade e seus sentimentos, Maternal; como o nome já indica pais e filhos.
Mas o único amor absoluto! Sem restrições, sem quês e nem porquês, o amor que nem mesmo a morte faz com que acabe. o amor sublime: foi presenteado a uma fêmea por Deus! A Mãe! Nenhum amor no mundo dos seres se compara ao amor de uma mãe a sua cria.

Capitulo I

Após gritarem o nome do elfo com toda força... Ficaram todos num silêncio mortal diante do rosto triste de Elessar que não havia voltado a sua forma de guerreiro orgulhoso da sua beleza élfica. Elessar possuía seus poderes antigos e havia aflorado outros que ele nem tentava usar antes, por não admitir usar magia negra. Elessar sabia que iria passar por uma grande provação e que talvez não fosse aceito pelo seu povo... E tem mais: com a eminência de ser deposto de seu reinado élfico por ser um “mago negro”.
Por ele ser um predecessor, sabe também, que aquele que teve o mal dentro de si, nem sempre é perdoado. Precisa passar por muitas provas para mostrar que ainda é digno de usar seu nome élfico. Porque Elessar foi um Presente de Elentári.

Aconteceu na exata hora em que Febeh a Senhora dos Céus, reascendia juntamente com todas as estrelas sobre a "Floresta Negra". Nasceu uma Cria. Despertando para a vida na beira do rio. Por isso até hoje Esse rio é chamado de  “Nefah” (água da cura).
Logo após seu nascimento a primeira coisa que seus pais notaram foi à luz da nova estrela que brilhava nos olhos da sua cria a quem eles deram o nome de; Elendil Elessar (Luz das Estrelas).
 Os elfos amam as estrelas acima de tudo e adoram Febeh a quem chama de “Elentári”. (Rainha das Estrelas acima de todos os Deuses).
Quando a luz da nova estrela atingiu os olhos da cria no momento do seu despertar para vida, a luz ficou presa em seus olhos, e daí que vem o brilho azul dos olhos de Elessar. 

Desta forma nasceu entre os Elfos da “Floresta negra” a mais bela e mais sábia das crias. A Deusa decretou que após esse nascimento, os elfos da “Floresta negra” Teriam dois corações. O que já possuíam e o que ela daria de presente a Elessar! E a partir desse dia todos nasceriam com dois corações e seriam chamados de “Elfos das estrelas” a raça de maior beleza entre todo o povo élfico! Maior do que qualquer outra raça. Seriam imortais e eternos, mas por serem eternos, teriam também as maiores felicidades e as maiores tristezas, porque viveriam tanto quanto a terra.
 Eles não conheceriam doenças, seus corpos seriam como a terra, e só podendo ser destruídos, caso a terra se esvaísse.
Salvo, se fossem assolado com o fogo, com o aço na guerra, se algum mago os enfeitiçasse, ou se desejassem morrer por uma grande tristeza, quando assim, devolveria seu espírito ao quarto céu. Essa maravilhosa raça honrava o seu predecessor e Rei! Elendil Elessar.
Que agora estava diante dos amigos com a cabeça baixa.

Para acabar com aquele silêncio taciturno... Mah pediu que aviassem as preparações para partirem e que depois que estivessem em seu mundo, poderiam perguntar o que quisessem para o elfo, mas não naquele momento! Porque eu era a prioridade...
Elessar me pegou nos braços, Emre segurou firme a caixa contendo as cinzas de Arayana, Sitaara ficou ao lado de Elessar, pois ainda não confiava nele, Magno e Last ficaram mais atrás de modo que todos se tocassem, para que ninguém se perdesse no espaço de uma dimensão para outra. Mah pediu também a Dseyvar que lhe desse total e único controle do corpo dele. O Elfo assim fez. Mah falou:

- Vamos direto para Uhat porque eu sei exatamente onde fica e sem erros.

- Não será mais certo voltarem ao Kaku onde está o portal que entraram?

Perguntou Last preocupado, mas a cigana falou com toda convicção.

- A Rainha disse que eu poderia atravessar qualquer mundo e que eu poderia chegar com certeza se eu soubesse exatamente como seria o lugar para onde eu fosse. Disse também que eu só não poderia tentar carregar mais de treze seres. Então todos nós vamos pensar em Uhat e acabou!. Que ponto voces preferem?

Antes que qualquer um respondesse Elessar falou:

= Nafah! Por favor!

Mah pensou na beira do rio suspendeu o bastão e fechou os olhos. Quando abriu estava com tontura, com muita sede, sensação de “queimação”, de refluxo, e se engasgava como se tivesse engolido algo. Olhou em volta estavam todos com ela. Elessar falou:

= Não sei se ainda consigo! Mas vou tentar salvá-la! Mesmo se for com a minha vida se ela ainda valer para alguma coisa..

Mah respondeu com as mãos na cintura:

- Olha aqui senhor Elfo! Em primeiro lugar voce tem que acreditar ouviu!
Pois é voce que estará tentando. Então levanta essa cabeça e vá! Eu confio em voce.

Elessar deu uma carreira e mergulhou comigo nos braços para o abissal...

Os outros foram para o acampamento de Mah. Disseram que mais tarde iriam até o Kaku agradecer. Emre não foi para “Notorian” só iria embora quando me visse de pé novamente. Sobre Sitaara nem preciso falar ela não confiava no elfo. Não que tenha visto algo suspeito, mas porque era a minha irmã. 
Mah disse que adorou muito estar no corpo do elfo Dseyvar e ter participado daquela aventura, mas precisava do seu corpinho que a muito tempo não via. Mas quando chegou ao acampamento e louca para ganhar um abraço apertado para matar a saudade... O que aconteceu foi que... Ninguém perguntou por ela... Nem perguntaram porque ela não estava ali entre os amigos. Mah ficou muito desiludida com seu povo e perguntou tristonha aos amigos:

- Poxa! Será que nenhum deles sentiu minha falta??

Magno respondeu que nem tiveram tempo para sentir falta dela. A cigana havia esquecido que o tempo não mudaria.
 Magno mostrou no relógio dele que tinha uma diferença de apenas algumas horas. Isso porque não voltaram para o ponto de partida. 
Mah falou:

- Ah! É! Então assim está bem!

E deu um sorriso confiante, em seguida pediu a Last que a levasse até o Senhor Kaku para que ele a restituísse a seu corpo. Mas antes ela pediu ao cigano Enrico que preparasse a mais linda festa para quando ela voltasse.
Last a levou bem rápido!
 O senhor Kaku não se conteve de alegria ao vê-los fora da dimensão do mau. Mah contou a ele por cima, o que havia acontecido!
O Senhor Kaku a levou até seu corpo que hibernava como ela deixou...
 Mas por alguma razão desconhecida, o corpo da cigana que não havia atravessado a dimensão tinha escoriações, hematomas e cortes. O que deixou o senhor Kaku muito espantado.

Após o ritual o espirito da cigana voltou ao corpo de direito. 
Quando ela tomou consciência disso, tudo se apagou e ela não viu mais nada. Por uns minutos ficou apagada enquanto o cigano segurava sua mão com força. Alguns minutos depois Mah despertou do torpor ainda sem conseguir falar. Estava meio zonza, estranhando tudo ao redor. Mas, por dentro, ela sentia uma energia muito boa. Quando ela conseguiu falar e sentir sua própria voz, seu corpo. Ela percebeu que essa aventura havia deixado marcas profundas em sua personalidade. Mah tomou consciência de que ela era muito mais do que apenas o seu corpo. Percebeu que á partir daquele momento teria motivos pra aproveitar ao máximo os seus dias.
Last estava impaciente esperando do lado de fora. O cigano Kaku não permitia vampiros em sua tenda. Quando Last avistou Mah e Dseyvar saindo da tenda respirou aliviado. O Kaku olhou para ele de rabo de olho e Last virou as costas para o velho cigano.
Os três se encontraram e voltaram para o acampamento. 

Chegando lá já começava a escurecer e os preparativos rolavam soltos para a festa de regresso que só os heróis tinham consciência dele. Sitaara andava de um lado para o outro... Quando viu a ciganinha correu para abraça-la e dizer que estava com medo. Mah pediu a ela que não deixasse pensamentos ruins povoarem a cabeça, pois poderiam acarretar o mau, porque eles estavam em uma floresta mágica e os pensamentos eram perigosos. 
Sitaara prometeu que tentaria.
 Mah apanhou umas vestes de seu pai para que Emre usasse.

 Magno tinha ido a seu acampamento e se vestido belo para a festa. 
 Dseyvar e Sitaara foram ao palácio de Elessar e fizeram o mesmo.
Mah tomou um gostoso banho e colocou um vestido muito bonito com muitas saias porque ela queria bailar aquela noite para pedir aos Deuses que intercedessem por Elessar para que ele tivesse confiança no que fazia e me salvasse.
 Alguns minutos depois nossa cigana surgiu maravilhosa.
 Os amigos já estavam ansiosos esperando por ela que a tempos eles só ouviam a voz e os gestos no corpo de um elfo.
 A ciganinha era muito linda e enchia os olhos dos machos do nosso grupo.
E de todos os machos do acampamento. 
Após o jantar os violeiros chegaram com suas guitarras cigana e bandolins para alegrar a festa. Magno não quis dançar, preferiu apenas cantar e tocar guitarra. Mah escolheu então o jovem Enrico como par. 

Magno cantou e tocou com os ciganos durante quase toda a noite.
A fogueira queimou perfeita durante todo tempo.
A cigana Mah bailava como nunca!
Enrico fascinado, não parava de olhar o bailado da ciganinha que girava e jogava suas saias, os cabelos passavam perto do rosto dele como o assobio do vento.
Os pés da ciganinha batiam rápidos no chão em uma harmoniosa cadencia enquanto rezava suas orações mentalmente...
Essa concentração que a deixava mais bela do que era.
Fazia pulsar o coração de Enrico como o sapateado da cigana!
As mãos sinuosas da ciganinha dançarina encantavam o rapaz, quando ela batia suas castanholas. ou agitava o pandeiro a bailar suas fitas.

Já era madrugada quando ela parou de dançar e foi se juntar aos amigos deixando os machos de seu povo enciumado. 
Num dado momento... Ma que estava na companhia de Magno falando sobre a dança e suas orações. pediu licença foi até uma árvore... Sem perceber o que fazia e movida pelo instinto, levantou as saias se chegando bem juntinho a árvore. Magno que percebeu o que se passava correu até ela e perguntou olhando em volta de soslaio ;

- Mah! O que está fazendo querida?

Ela respondeu sem nenhuma cerimônia:

- Ora Magno! Vou fazer xixi! Porque o espanto? Nós já fizemos tantas vezes juntos.

- Mah! Voce não está no corpo do Elfo. - Magno falou firme...

A cigana que já estava corada pelo esforço da dança, arriou as saias e ficou mais corada do que antes. Deu um sorriso lindo e disse:

- Claro que eu estava de brincadeira com voce Magno! Pensou que eu havia esquecido? voce é mesmo bobo.

Dseyvar que havia percebido de longe o que aconteceu fingiu que não viu e foi para a roda dos ciganos que contavam história. Chamou Magno para contar mais uma parte da sua bela história de quando ainda menino que todos gostavam de ouvir. Magno se aproximou ainda sorrindo escondidinho com a mão na boca e sentou na cadeira do próximo a contar. Dseyvar olhou para ele e disfarçou também passando a mão na boca pra não rir. Nisso Mah voltou do Trailer altiva e sentou junto a Sitaara. 
O cigano Ruando terminou sua história e Magno começou a dele.

Narração do Magno

- Bem meus amigos! Esses dias eu e meus amigos passamos por momentos de medo e durante todo pavor que eu senti, lembrei-me do meu mestre, porque ele sempre dizia que: o medo era necessário. Porque muitas vezes, é o medo que nos mantém conscientes, vivos. Ele me dizia enquanto conversávamos:

- Homens tremem diante de uma ameaça poderosa e às vezes por orgulho, não recuam e se recusam a admitir sua inferioridade.
Você tem que conhecer seus medos e vence-los, mas também tem que saber a hora de recuar! Dizia ele…


Hoje; enquanto esperava começar a festa eu estava olhando para o céu com poucas estrelas e sem lua, mas muito agradável. 
Estando aqui com voces e esse ambiente gostoso e aconchegante desse povo coeso. Observei meus amigos e comecei a pensar em quais eram os meus medos. Até certo tempo, enquanto eu estava sobre a proteção do meu mestre eu não conhecia o medo. Sempre fui destemido, poderia sorrir enquanto lutava e até mesmo dançar diante de um inimigo… 

 - Eu não tenho medo de nada! - eu falava para o meu mestre.

Essa lembrança me fez sorrir. Porque eu realmente não temia nada! A mansão, o terreno ao redor e depois a floresta, se tornaram para mim o meu parque de diversões. Eu lutava pela minha vida e estava me acostumando com aquilo.
Mas agora, era totalmente diferente, eu possuía amigos, e senti um grande medo só em imaginar que uma hora qualquer, eu não fosse capaz... Ou talvez... Não tivesse forças para protegê-los! O meu pensamento sobre isso, me fez temer... Mas um vento frio soprou do leste me tirando dos meus pensamentos. Olhei em direção ao vento e avistei uma coruja que voava em direção ao sul, talvez tenha visto uma presa e foi em busca de um gostoso alimento. Pensei que seria um bom presságio.
Voltei a olhar o brilho da fogueira, (uma coisa que meu mestre também adora) e comecei a lembrar do meu primeiro dia de treinamento.

****

O Mestre me levou a uma sala bem ampla, sem obstáculos pelo meio. Depois nos encaminhamos a um ponto próximo às paredes, onde tinham armas de treino.
Havia espadas de madeira, lanças, escudos, bonecos de treino e muitas outras coisas que só vim aprender o nome, tempos depois.

- Pegue uma espada de madeira, garoto! - Disse ele.

Fui em direção ao suporte de espadas. 
Havia uma fileira delas. Não eram adequadas para um menino, mas eu não me preocupei com isso. Peguei duas espadas que pareciam diferentes (mas todas eram iguais) 
Fiz o movimento para cima e para baixo com elas e Fui para o centro da sala ampla.

- Você é ambidestro, garoto? - Perguntou Last.


Não, senhor... Mas eu quero aprender a usar duas espadas! Igual ao senhor.

- Ser ambidestro e usar duas espadas ao mesmo tempo não são algo que se aprenda de uma hora para outra, porque já nascemos com “Ambidestria”. Que é a capacidade de ser igualmente habilidoso com ambas as mãos. Isso requer o uso dos dois lados do cérebro e não é qualquer um que nasce ambidestro. Mas você pode usar um dia, Porém preciso te desiludir antes que voce possa achar que é ambidestro e que pode usar duas espadas! Não será com tanta habilidade! E lembre-se sempre, que disso dependerá a sua sobrevivência. Por isso… Aconselho a usar apenas uma.

Eu não fiz nenhum movimento! Uma coisa que não estava na minha índole, era desistir fácil de algo que eu desejava muito. 
Eu apenas continuei no centro, com as duas espadas de madeira nas mãos e esperando o comando do Mestre para usá-las. 
Ao ver que ele continuava parado... 
Fiz uma posição de combate: com meu braço direito esticado para frente e o esquerdo um pouco mais recuado e em posição de ataque.
O mestre ficou me olhando sem se mover por uns minutos e quando viu que eu não iria recuar, ele apenas balançou a cabeça em desaprovação e disse:

- Faça como quiser Garoto! - Hector! …

Mestre Last chamou o mordomo e falou algo com ele, o mordomo se afastou e eu fiquei olhando ele se encaminhar em direção às espadas, Hector pegou uma e parou na minha frente.

- Ataque!   Disse-me o Mestre Last

Na minha cabeça, eu imaginei um super ataque lateral com a espada da mão direita!  O mordomo iria desviar o ataque, deixando a guarda baixa, enquanto eu usaria minha mão esquerda para atacar com toda força pelo outro lado, como eu havia visto na luta do mestre e o Cicatriz.
 Na minha cabeça de menino eu estava certo do que iria acontecer:
Então, avancei dois passos e fiz o primeiro ataque da maneira que idealizei... (Pensando agora, parecia que eu me movia em câmera lenta e muito fraco).
Eu não tinha força e agilidade suficiente para levantar uma espada, só com uma das mãos. Mesmo sendo uma espada de madeira.

O mordomo não fez nenhum movimento, ficou parado olhando a espada ir na sua esquerda e sem nenhum esforço... Deu um pequeno toque... (parecia que estava usando o dedo para se defender) E a espada perdeu a força pendendo para o lado... Junto com o meu braço claro!
 Mas eu não desisti assim tão fácil! Fiz um movimento com a espada da mão esquerda seguindo meu plano.

Dessa vez o mordomo não ficou esperando mais um ataque ridículo e com um pouco de força... Ele golpeou minha cabeça.
 Não usou muita força, mas doeu.
 E essa não foi a única vez que apanhei naquele dia. Passei as próximas três horas tentando golpeá-lo e sendo golpeado. Minhas mãos, costas, pernas e rosto, já estavam com vários hematomas e eu nem sequer, tinha conseguido tocar minhas espadas nele.
Eu já estava ofegante e quase caindo sem forças. Entretanto, parecia que Hector nem tinha se movido. O mordomo pálido e vestido de negro estava parado diante de mim que estava completamente esgotado de minhas energias...
Mas o cara estava imóvel e com a espada apontada para frente esperando mais um ataque meu... Que não teve... Claro nem tinha como, eu estava no meu limite.

- Por hoje chega Hector! E voce! Cure-se desses ferimentos que amanhã começamos novo treinamento. Garoto...

 Disse o mestre Last jogando seus cabelos enormes para trás e saindo da sala dos equipamentos.
O mordomo, me fez uma reverência, andou em direção ao suporte das espadas, guardou a que usava e saiu da sala. 
Joguei-me no chão quase morto de cansaço.
Estava respirando fundo e rápido puxando o ar. Quando recuperei um pouco o fôlego, peguei uma garrafa de água e tomei sem parar. Como se minha vida dependesse daquilo. Ainda era cedo: por volta das 11 horas da manhã.
Houve poucas horas de treino, mas para mim pareceram uma eternidade.

Eu precisava melhorar!
Precisava ficar mais resistente!
Mas antes... 
O que eu precisava era dormir um pouco e depois comer.
Não estava aguentando ficar de pé. É assim o fiz.
Parecia brincadeira... Eu não tinha dormido nem meia hora quando.........
****
Magno parou de falar de repente e olhou com o canto do olho para o lado... Balançou a cabeça como para espairecer o que o assustou e iria voltar a história de onde parou... Mas olhou para trás... Ficando completamente paralisado...
Já começava a amanhecer! O Sol jogava sobre o acampamento dos ciganos seus raios multicores bem fraquinhos como se estivesse por trás de uma vidraça...
Magno se levantou e caminhou para junto do roseiral como se estivesse hipnotizado.
Mah perguntou ao vê-lo assim: Sussurando

- Vampirão é voce? Para de fazer isso com ele está todo mundo olhando.

Last respondeu ainda invisível:

- Estou aqui o tempo todo com voces escutando meu pupilo falar de mim com orgulho! Mas não sou eu que estou fazendo isso. Voces querem ver quem é?

Eles responderam que sim: estavam todos juntinho caminhando atrás de Magno que conversava com as plantas.

- Fechem os olhos e quando eu disser podem abrir.

Disse Last! Os amigos de Magno fizeram o que o vampiro pediu minutos depois ele disse que podiam abrir.
Quando abriram os olhos viram junto de Magno uma bela cigana que conversava com ele. Magno segurava as lágrimas porque o pai dele ensinou que um homem não chora em hipótese alguma. (o que eu achava muito errado por parte do pai dele) Last disse:

- OUÇAM!

E eles começaram a ouvir...

- Fui libertada por um jovem Anjo e um mago, mas não encontrei voce entre eles meu filho, eu não queria seguir meu caminho enquanto não te visse. Pedi ao nosso querido amigo Last que me deixasse te ver pela última vez. Sei que voce irá até os arcanjos e quando voltar eu não o verei mais.

- Porque não me verá mais mãezinha? Se isso a faz sofrer. Posso ver em seus olhos.

- Porque ... Er... Porque... Eu terei ido para meu lugar querido!

- Mãezinha eu sempre te chamo quando estou em apuros! Me perdoa por incomodá-la! Mas é instintivo! Quando o bruxo que raptou meu pai tentou me deixar louco, eu te chamei e voce me disse que eu era um tigre e não devia ter medo. Eu não tive mamãe, mas me tornei um tigre de verdade. 
E agora sempre que estou em apuros ou um de meus amigos está em perigo, eu  me torno esse tigre... Last me contou o que voce fazia para me alimentar... Não tenho palavras para agradecer minha mãezinha querida.

- Não agradeça meu filho! Sempre foi um grande prazer vir em seu socorro. Mas agora precisamos nos despedir. Seja sempre esse homem de bem. Eu sei que os arcanjos irão te livrar do feitiço. Agora preciso ir filho. Que Santa Kali te abençoe.

- Mãezinha quero te abraçar?

E Magno se jogou nos braços de Larissa... Mas passou por dentro dela... Ele olhou para as mãos atônito... Foi horrivel vê-lo assim tão triste e desolado, porque nem mesmo tocá-la ele conseguiu. Mah perguntou ao Vampiro:

- Eu posso?

O Vampiro permitiu e Mah foi até junto deles abriu os braços e disse.

- Habita-me Clarissa!

Ela olhou impressionada por que a ciganinha podia vê-la e disse:

- Voce pode ouvir-me também?

- Sim! Venha até mim.

- Eu não sei como fazer.


- Eu te ajudo pode vir! Abra suas mãos e toque as minhas desejando seu intento:

As duas ficaram frente a frente e tocaram as palmas das mãos e os amigos viram  Larissa mesclando-se com a ciganinha e depois ficou apenas Larissa.
 Ela foi até seu filho e o abraçou apertado chorando.

Magno deu o abraço que ele tanto queria, mas era tolhido pelos ensinamentos de seu pai carrancudo.
 Ficaram por alguns momentos em silencio abraçados até que o Sol raiou majestoso e ela saiu do corpo da cigana fazendo-a cambalear sendo amparada por Dseyvar. 
 Quando olharam novamente... Lá bem adiante estava Larissa partindo com os olhos marejados e o coração acariciado pelo abraço do seu filho querido...

Os amigos ficaram abraçados ao Magno olhando-a partir, até mesmo Last...
...............

Comentários

  1. meu Deus.... esse episódio me deixou emocionalmente arrepiada.... que coisa mais linda.
    me tocou.

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    1. Até eu enquanto escrevia me veio as lágrimas.

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Já estamos na terceira Temporada das Aventuras de Sigel. Graças a voces meus leitores. Continuem comigo por favor.

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